CIRURGIA DO JOELHO

Principais patologias do joelho

Nesta seção você terá informações sobre as principais doenças relacionadas ao joelho

Artrose joelho

A artrose, também denominada osteoartrite, é uma doença articular caracterizada pela degeneração da cartilagem associada a alterações nas estruturas ósseas. O joelho é uma das articulações mais atingidas pela artrose, devido a fatores como excesso de peso, impactos repetitivos (como no esporte), traumas repentinos e hereditariedade, entre outros. O mais comum é que o problema surja a partir dos 45 anos, sendo que as mulheres costumam ser mais atingidas que os homens. A herança genética também é um fator de peso no desenvolvimento do problema, sendo que quanto mais parentes com artrose, maior o risco de uma pessoa apresentar a doença. A evolução da doença é lenta e piora com a idade. Os sintomas da artrose no joelho incluem crepitação, dor, inchaço, rigidez e dificuldade de movimentação, entre outros. A artrose não tem cura. Sendo assim, o tratamento tem como objetivo aliviar os sintomas e retardar a progressão da doença, buscando preservar a funcionalidade do joelho e melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento conservador é baseado no uso de medicamentos anti-inflamatórios associado à prática de atividades físicas e fisioterapia, variando de acordo com as necessidades de cada paciente. O objetivo é aliviar a dor e promover a estabilização da articulação por meio dos exercícios de fortalecimento e alongamento. Atividades de alto impacto, nesse momento, são contraindicadas. Nos casos mais extremos, quando o tratamento conservador não promove o controle suficiente dos sintomas e a funcionalidade do joelho segue ameaçada, a abordagem cirúrgica faz-se necessária. Independentemente da técnica cirúrgica definida, os pacientes evoluem com boa melhora clínica e funcional.

Instabilidade patelar

A instabilidade patelar é uma condição que ocorre na articulação femoropatelar, caracterizada pela maior propensão da patela a desencaixar do fêmur, episódio chamado de luxação. Embora qualquer pessoa esteja sujeita a sofrer uma luxação patelar, algumas condições anatômicas já são sabidamente relacionadas à instabilidade entre fêmur e patela, tais como patela alta e tróclea rasa. No primeiro caso, a patela está posicionada em uma altura mais elevada que o normal, favorecendo o deslocamento. Na segunda alteração anatômica, a tróclea (região do fêmur onde a patela se posiciona) não tem profundidade suficiente, dificultando o encaixe ideal entre as duas estruturas ósseas. As causas da síndrome femoropatelar são imprecisas. É comum o problema surgir quando a pessoa começa a praticar atividades físicas ou mesmo quando já pratica e exagera na intensidade dos treinos ou faz movimentos errados. Excesso de peso, fraqueza muscular e uso de salto alto em excesso, também são fatores associados à síndrome femoropatelar. Quanto ao tratamento, de forma geral, a primeira ocorrência de luxação é abordada com reposicionamento imediato da patela – manobra chamada de redução – seguido de imobilização do joelho por um período e reabilitação. As intercorrências relacionadas ao deslocamento da articulação femoropatelar serão tratados concomitantemente, tais como contusões ósseas e lesões causadas por fragmentos de cartilagem. Quando o deslocamento ocorre de forma repetida, ele é chamado de luxação recidivante. Nesse caso, a opção de tratamento é a cirurgia. O objetivo da intervenção é promover o realinhamento patelar, reconstruindo ligamentos rompidos e devolvendo a estabilidade à articulação do joelho.

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Lesões ligamentares

Dos ligamentos que oferecem estabilidade ao joelho, conectando os ossos uns aos outros, quatro são mais importantes: ligamento cruzado anterior (LCA), ligamento cruzado posterior (LCP), ligamento colateral medial (LCM) e ligamento colateral lateral (LCL). Quando movimentos de tração ou rotação forçam os ligamentos de forma anormal e exagerada, eles podem sofrer desde entorses sem perda da estabilidade até rupturas totais que comprometem totalmente a funcionalidade do joelho. Sendo assim, qualquer pessoa pode sofrer lesões dos ligamentos do joelho causadas por acidente automobilístico, queda da própria altura ou patologias como a artrose. Atletas profissionais e pessoas que praticam esportes de alto impacto estão mais sujeitos ao problema. Quando ocorre a lesão, é comum o paciente relatar que ouviu um estalo ou que sentiu o joelho saindo do lugar. Na fase aguda, a dor é intensa e acompanhada de inchaço e limitação de movimentos. Dependendo do ligamento atingido, pode haver derramamento articular, conhecido popularmente como água no joelho. O tratamento será feito de acordo com o ligamento afetado, a intensidade do acometimento e o estilo de vida do paciente, podendo ser conservador ou cirúrgico. Para isso, o diagnóstico diferencial é feito de forma minuciosa, para esclarecer o tipo de lesão e descartar problemas associados, como a ruptura de menisco.

Síndrome femoro-patelar (condromalácia)

A condromalácia ou condropatia é equivocadamente chamada de doença. Na verdade, estes termos referem-se a uma condição resultante do processo natural de envelhecimento, que leva ao desgaste da cartilagem articular no joelho. Assim, os casos hoje conhecidos como condromalácia deveriam ser chamados adequadamente de síndrome femoropatelar. Esse termo descreve melhor o quadro originado pelo excesso de pressão entre a cartilagem da tróclea femoral e da patela que, consequentemente, causa sobrecarga e inflamação na região anterior do joelho. As causas da síndrome femoropatelar são imprecisas. É comum o problema surgir quando a pessoa começa a praticar atividades físicas ou mesmo quando já pratica e exagera na intensidade dos treinos ou faz movimentos errados. Excesso de peso, fraqueza muscular e uso de salto alto em excesso, também são fatores associados à síndrome femoropatelar. As pessoas entre 20 e 40 anos são as mais atingidas e a principal queixa é a dor na parte da frente do joelho, sentida ao andar, correr, agachar, subir e descer escadas, sentar e levantar. Além da dor, o conjunto de sintomas da síndrome femoropatelar incluem crepitações, inchaço e sensação de joelho travado. A grande maioria dos pacientes responde bem ao tratamento conservador; o tratamento cirúrgico é indicado apenas em casos excepcionais, devendo ser minuciosamente avaliado. A combinação de medicação com técnicas fisioterápicas permite o controle da inflamação e o alívio da dor, ao mesmo tempo que a reeducação do paciente promove a correção dos comportamentos causadores da síndrome femoropatelar.